Em "Utopia", Thomas More dá-nos a visão de uma sociedade ideal onde é praticada a tolerância religiosa, uma sociedade em que todos trabalham e a riqueza está equitativamente distribuída e onde a violência, o vício e o derramamento de sangue estão ausentes.
Influenciada até certo ponto pelos escritos de Platão e outros autores mais antigos, "Utopia" não deixa de reflectir as preocupações de Thomas More, assentes num profundo humanismo, numa fé optimista em relação à natureza humana, reflectindo também uma certa nostalgia pela inocência perdida.
coisas de ler edições - março de 2004
A "Utopia" de Thomas More, foi publicada em 1516, e alcançou um êxito imediato.
No livro primeiro da obra, é criticada a sociedade europeia da época, em especial a inglesa denunciando a depauperação de amplas camadas da população, originada com o processo de acumulação de capital, na sede pelo poder e no expansionismo estatal que multiplicava as guerras.
No livro segundo, é oferecida uma alternativa radical para esse cenário. Apoiado nos relatos das viagens transoceânicas e dos grupos de humanos encontrados pelos europeus nas Américas, descreve uma sociedade organizada de acordo com a razão.
Notar que o nome da obra, Utopia (palavra de origem grega que significa “lugar nenhum”), aponta para a impossibilidade da existência real dessa
sociedade.
More acreditava na bondade humana, que
considerava natural. Por isso, teoricamente, os homens poderiam formar
sociedades justas e igualitárias. Por outro lado, julgava que as paixões
tornavam
as pessoas surdas à voz da razão, facto que as impediria de agir
racionalmente. Essa ambiguidade está presente em Utopia.
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