A Portrait of the Artist as a Young Man
" Fechou os olhos, abandonando-se a ela, de corpo e alma, sem consciência de outra coisa que não fosse a pressão tenebrosa dos seus lábios que se entreabriam suavemente. A sua pressão exercia-se tanto sobre o seu cérebro como sobre os seus lábios, como se fossem o veículo de um vago discurso; e, entre eles, sentiu uma pressão desconhecida e tímida, mais tenebrosa que o enlanguescimento do pecado, mais suave do que um som ou um perfume."
público - fevereiro de 2003
Todos os humores, desejos, idiossincrasias de um jovem génio da literatura se congregam neste romance amplamente autobiográfico, fervilhando no magma de uma escrita violenta e refinada, que ora se envolve em longas espirais meditativas sobre si mesma, ora corre à desfilada no compasso sempre brilhante de um diálogo que não desdenha o "baixo" e o trivial, dando quase sempre maior evidência aos imprevistos pontos "altos" de que se compõe.
Parte do tríptico a que pertencem também Ulisses e Finnegans Wake, Retrato do Artista quando Jovem aborda a formação espiritual do adolescente irlandês Stephan Dedalus e o processo de rebeldia em relação à rígida educação católica a que está sujeito. Se em Ulisses a descoberta se faz sobretudo pelo tempo, aqui é o espaço que representa o campo de exploração. Dublin surge como a cidade labiríntica cujas ruas, pontes, passeios e portas simbolizam os meandros do subconsciente de um jovem incompreendido e magoado, em busca da sua liberdade. Inteligente, irónico e pleno de sensibilidade, este foi o primeiro romance publicado por James Joyce, em 1916, anunciando uma originalidade que marcaria para sempre a história da literatura.
https://pt.wikipedia.org/wiki/James_Joyce
http://www.online-literature.com/james_joyce/
https://pt.wikiquote.org/wiki/James_Joyce
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