O objecto
do texto aproxima-se mais do que os historiadores chamam
"mentalidades" do que de qualquer outra matéria disciplinar. Mas recorre-se
a apontamentos etnográficos, a factos e anedotas triviais, a conceitos
psicanalíticos e filosóficos, a outros da ciência política, etc. Digamos que,
epistemologicamente, o campo explorado é indefinido, com uma transversalidade
no trajecto de certas noções que pode ter as suas vantagens.
(...) Enfim,
contrariamente ao que pode parecer, nenhum pressuposto catastrofista ou
optimista quanto ao futuro do nosso país subjaz ao breve escrito agora
publicado. Se não se falou "no que há de bom", em Portugal, foi
apenas porque se deu relevo ao que impede a expressão das nossas forças
enquanto indivíduos e enquanto colectividade. Seria mais interessante, sem
dúvida, mas também muito mais difícil, descobrir as linhas de fuga que em
certas zonas da cultura e do pensamento já se desenham para que tal aconteça.
Procurou-se dizer o que é, sem estados de alma, mas com a intensidade que uma
relação com este país supõe.
das notas finais
relógio d'água5ª edição março de 2005
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