Juntamente com O Processo e América, O Castelo forma, na obra de Kafka, aquilo a que Max Brod chamava a «trilogia da solidão».
Estes três romances marcam também os mais altos momentos da criação Kafkiana. Herman Hesse considerava O Castelo, o mais misterioso e o mais belo dos grandes romances de Kafka.
Toda a acção gira à volta dum misterioso indivíduo, K. de seu nome, que chega a uma aldeia contratado pelo Castelo de que esta depende, para nela exercer a sua profissão de agrimensor, e dos seus desesperados esforços para entrar em contacto com o tal Castelo.
Como nas outras obras de Kafka, a acção narrada é talvez o menos importante, pois toda ela adquire, na sua aparente banalidade, um sentido transcendente e mítico em que toda a realidade mais simboliza do que é.
Assim o verdadeiro protagonista do romance acaba por ser o homem contemporâneo, a braços com a odisseia da existência num mundo cruel que o esmaga.
publicações europa-américa - setembro de 2002
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